segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quanto tempo ainda teremos?

Lembra da angústia cósmica do jovem Woody Allen no filme Annie Hall?

O universo está se expandindo. "Algum dia ele vai desmantelar", "e será o fim de tudo."

Muito antes de o universo finalmente desaparecer, seu pesadelo se tornará realidade, embora não como ele imaginava. Agora cerca de metade de sua vida útil está estimada em 10 bilhões de anos, e o nosso Sol está lentamente aumentando sua incandescência.

Em cerca de 1 bilhão de anos, sua produção de energia terá aumentado pelo menos 10%, transformando a Terra em uma estufa venusiana onde as plantas murcharão, os níveis de dióxido de carbono despencarão e os oceanos ferverão. É bem duvidoso que Woody - ou qualquer um que seja - passe a tarde fazendo um churrasco nessa situação.

Uma possível rota de fuga: um êxodo para Marte, que é mais distante do Sol e, portanto, mais frio. Mas seria muito mais trabalhoso transformar Marte habitável, ainda mais com aquela superfície que mais parece o deserto de Gobi. (Entre as propostas que foram sugeridas: Aquecer o planeta com gases de efeito estufa artificial, a implantação de grandes espelhos em órbita para pegar sol e borrifar água para absorver o calor nas calotas polares repletas de dióxido de carbono de Marte)

Finalmente os visitantes de Marte não precisariam mais de trajes espaciais. Mas "terraformar" (como os cientistas dizem) um planeta vizinho não é a única saída estratégia. Donald Korycansky, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz e seus colaboradores sugerem que a Terra poderia ter seus danos diminiuídos com uma gravidade assistida, um truque muito usado para aumentar a velocidade de sondas planetárias.

Terra seria a nave espacial, pegando a energia orbital de um asteróide. Que aumentaria a velocidade da Terra e ampliaria sua órbita.

Repetida a cada poucos milhares de anos, avalia Korycan-sky & Co. sobrevôos de baixa altitude poderiam esticar vida habitável da Terra por bilhões de anos.

Mesmo assim, ainda teríamos de abandonar a nossa vizinhança solar antes de começar a agonia final. Com o combustível nuclear esgotado, a esfera de fogo entrará em colapso sobre si mesmo como um suflê gigante, só para ver a sua fornalha realimentada em vários últimos suspiros.

Estes incharão as camadas externas do Sol e então irão engolir todos os planetas do sistema solar, inclusive a Terra, transformando-o no que o astrofísico Neil de Grasse Tyson chama de "carbonizados em brasa."

Fase do gigante sol vermelho será breve, no entanto. Borbulhando seu calor e seus gases, ele se tornará um cadáver frio, não muito maior que a Terra, uma anã branca perdida no espaço.

Vamos supor que os seres humanos, ou alguma forma de vida mais elevada, -ainda estejam por aí para testemunhar estes cataclismo -uma suposição duvidosa, já que estamos na Terra há apenas uma fração tempo perante os dinossauros " (2,5 milhões contra 160 milhões de anos), mas já temos o poder de destruir a nós mesmos. Se ainda estivermos por aí, teremos que procurar moradia em outros planetas que estão orbitando outras estrelas fornecedoras de calor.

E isso levará um tempo gigantesco. Mesmo a mais rápida arca galáctica teria que viajar alguma centenas de anos, durante o qual várias gerações iram nascer, viver e morrer a bordo, antes de chegar até uma estrela próxima como Proxima Centauri, uns 4,3 anos-luz de distância.

E no final, nem mesmo tal santuário iria salvar os nossos descendentes, ou quaisquer outras formas de vida ainda que habitariam o universo, de seu último suspiro de morte.

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